Nos últimos anos, temos testemunhado uma transformação significativa no cenário energético mundial, com um movimento cada vez mais claro em direção às fontes renováveis de energia, como solar e eólica. Um artigo recente publicado pela Folha de São Paulo, intitulado “Hidrelétricas perdem espaço para eólica e solar e precisam desperdiçar energia”, destaca essa mudança de paradigma e os desafios enfrentados pelas hidrelétricas diante desse novo panorama.

Tradicionalmente, as hidrelétricas têm sido a espinha dorsal do suprimento de energia elétrica em muitos países, incluindo o Brasil, aproveitando os recursos hídricos naturais para gerar eletricidade. No entanto, conforme observado na matéria, o protagonismo dessas usinas tem diminuído ao longo dos anos, à medida que as fontes de energia solar e eólica ganham terreno. Esse fenômeno é acompanhado por um declínio nos investimentos em novas usinas hidrelétricas, com uma mudança de foco em direção à energia solar e eólica, que estão se tornando cada vez mais competitivas em termos de custo e eficiência.

Uma consequência direta desse deslocamento é o processo de vertimento nas usinas hidrelétricas. Com a capacidade excedente de geração de energia elétrica, devido à menor demanda por parte dessas usinas, uma quantidade significativa de água é desperdiçada, resultando em impactos ambientais negativos e perdas econômicas para o setor.

Diante desse contexto, torna-se imperativo direcionar maiores investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para soluções de armazenamento eficiente de energia em longa escala. A necessidade de armazenamento de energia é crucial para lidar com os momentos de inoperância das fontes de energia solar e eólica, que são intermitentes por natureza. Tecnologias de armazenamento avançadas, como baterias de íon de lítio e sistemas de armazenamento térmico, podem desempenhar um papel fundamental na mitigação desses desafios, garantindo um fornecimento de energia estável e confiável.

A necessidade de armazenamento de energia é crucial para lidar com os momentos de inoperância das fontes de energia solar e eólica, que são intermitentes por natureza

Além disso, é importante relacionar essas tendências com o aumento alarmante da conta de energia elétrica no Brasil. Em 2023, o país viu um aumento de aproximadamente 9,52% na conta de energia, ultrapassando a taxa de inflação. Esse aumento significativo coloca em destaque a urgência de buscar alternativas para reduzir os custos de energia para os consumidores. Uma solução promissora é o investimento em energia solar residencial, que oferece aos consumidores a oportunidade de gerar sua própria eletricidade e reduzir sua dependência da rede elétrica convencional.

Além disso, dados recentes da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) revelaram um aumento significativo no consumo de energia elétrica pela população brasileira em janeiro de 2024, com um aumento de 6,6%. Esse aumento na demanda destaca ainda mais a importância de diversificar e expandir as fontes de energia disponíveis, garantindo um fornecimento confiável e sustentável de eletricidade para atender às crescentes necessidades da sociedade.

Em conclusão, o artigo da Folha de São Paulo oferece uma visão perspicaz das mudanças em curso no setor de energia, com o avanço das fontes renováveis, como solar e eólica, em detrimento das hidrelétricas. Para enfrentar os desafios associados a essa transição, é essencial investir em tecnologias de armazenamento de energia e promover a adoção de energia solar residencial, garantindo um futuro energético mais sustentável e acessível para todos.